sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Em cena -“QUESTÃO DE CRÍTICA” E “MISTÉRIO BUFO” - para ler e assistir



Temos duas indicações imperdíveis para vocês, blog-leitores: a excelente QUESTÃO DE CRÍTICA : revista eletrônica de críticas e estudos teatrais, que voltou ao ar agora em janeiro de 2010 e a peça “MISTÉRIO BUFO”de Wladimir Maiakovsky, com direção de Fábio Ferreira e Claudio Baltar, que estreou em setembro de 2009 no CCBB de Brasília e chega ao Rio de Janeiro em março no “OI FUTURO”.

Vamos falar um pouco de cada uma delas.

A revista eletrônica QUESTÃO DE CRÍTICA foi lançada no Rio de Janeiro em março de 2008. Tem como principal objetivo o fomento da reflexão sobre as artes cênicas e a partir desse mote propõe-se a colocar em prática o exercício da crítica. Suas edições são mensais e com constantes atualizações. Esse mecanismo de estímulo permanente proporcionado pela QUESTÃO DE CRÍTICA provoca discussões teóricas sobre teatro, sendo assim um espaço de trocas entre artistas e espectadores, onde as idéias convivem num espaço de livre acesso.

A revista é composta das seguintes seções: Críticas, Estudos, Conversas, Processos e Traduções. Sua base institucional é a faculdade de Teoria de Teatro da UniRio – Universidade Federal do Estado do Estado do Rio de Janeiro.

Há uma citação muito interessante sobre o significado da crítica que destacamos abaixo, porque muitas vezes a crítica feita a uma obra pelo crítico “profissional” destoa da que o público espectador faz e “sente” sobre a mesma obra, além de quem produziu e atuou. Vejamos o que elas, as editoras Daniela Avila e Dinah Cesare, dizem a respeito:

“A crítica que nos interessa é aquela que, em vez de analisar as obras através de uma estrutura dada de pensamento crítico, um protocolo de abordagem, nos permite desestruturar as formas a priori de pensar os objetos e, a partir disso, articular outros modos de conhecer. A crítica é uma ferramenta da teoria: isso não quer dizer que ela seja instrumento de aplicação de uma doutrina. A relevância da crítica não está no seu poder de proferir sentenças sobre as obras, mas na sua potencialidade para produzir um enervamento na criação de sentidos, para gerar discursos diversos e assumir os dissensos próprios de uma comunicabilidade que as formas de arte e cultura despertam.”

Nesta edição de janeiro de 2010, na seção de Processos, há um artigo de Marcos Francisco Ferreira, “Uma atuação para Mistério Bufo”, muito interessante, no qual ele descreve o processo de montagem da peça, que é a que indicamos aqui em nossa Agenda Cultural.

Mistério Bufo” é um espetáculo de “cine-circo-teatro”, a partir do texto de Vladimir Maiakovsky, com direção de Fabio Ferreira e Claudio Baltar. É um espetáculo hipermoderno, que traz “(...) uma forte presença cênica através do movimento”. O texto de Maiakovsky, em linhas gerais, aborda a luta de classes na Rússia, tendo como pano de fundo os eventos que vão culminar na Revolução de Outubro. Ele transpira assim a expectativa de uma sociedade mais justa. A primeira versão da peça foi escrita em 1918, quando a utopia de um Estado controlado por trabalhadores parecia se avizinhar. Em 1921 outra versão é escrita, com um quadro social bem diferenciado de agravamento das questões sociais, em que a pobreza se espraia e o desejo utópico se esvai.


Os diretores Fabio Ferreira (à esquerda) e Claudio Baltar (à direita).
Foto: reprodução Google.

Confira abaixo uma pequena apresentação do espetáculo e vejam a multiplicidade de movimentos, o cenário supermoderno e a atuação extremamente envolvente dos atores em cena.




Fonte: Questão de Crítica - Revista de eletrônica de críticas e estudos teatrais.

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